10 de maio de 2024

 descobri-me dorian gray do amor ou como algo em mim se desvanece, se diminui quando escrevo sobre ti, sobre nós. descobri que colocar em palavras o que sentimos, vivemos é diminuir-lhe a poesia, a intensidade. é que as palavras são pequenas e tornam-se caixotes. então deixei de nos encaixotar. deixei de escrever sobre ti, de tentar, ou forçar. vivo-nos. vivo a poesia que somos. perdi a vontade de explicar-nos. perdi a vontade de nos perceber. mesmo que aquilo que vivemos e como o vivemos esteja despido de sentido. faz-me sentido. faz-te sentido. faz-nos sentido. e por aí vamos. vivo-nos. respeito-te. deixo fluir. confio na minha intuição. e vamos. 

mesmo quando falo de ti. de nós em conversas com amigos e ouço os seus conselhos uns acertados que nos servem outros sem sentido. fico atenta. percebi que já deixei escapar pelos dedos muitos amores pela falta de auto-estima, de confiança em mim, no nós e daquilo que sinto. 

com isto a minha nossa existência está longe de ser uma ilha. somos seres de comunidade. estou a dizer que percebi que para mim relações resultam quando permitimos que elas sejam o que elas são, com o ritmo que nós lhe colocamos. a comunidade é importante, crucial diria eu. mas também é importante ouvirmo-nos e dar prioridade ao que sentimos, vivemos. porque por muitas palavras que qualquer pessoa me use para explicar a sua relação só vocês verdadeiramente a sabem e a conhecem. e ainda que seja importante colocar em voz alta e falar. é também importante ter presente esta consciência de que só nós vivemos e sabemos o que estamos a viver a sentir. 

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Dizei de vossa justiça (: