13 de fevereiro de 2025

sou má de finais. sou má a finalizar coisas. a acabar com elas. estou a aprender. tal como estou a aprender a comunicar. este ano aprendi que o amor acaba, que a amizade acaba. que nem o amor nem a amizade são para sempre mesmo quando jurámos que eram. mesmo quando tivemos tanto medo de perder que pensámos que íamos perder o ar no dia em que viveríamos sem essa pessoa na nossa vida. afinal não. afinal há amor para lá desse amor. há amizade para lá dessa amizade. não existe isso de termos os mesmos amigos para sempre. não existe isso de as amizades de infância e de universidade é que são. as amizades são o que são. nascem, crescem, morrem, renascem. as amizades são entidades vivas. e devemos permitir que assim o sejam sem forçar que sejam outra coisa que não o que são agora. fingi que estava viva uma coisa que estava morta. fingi não ver. 
durante muito tempo perguntei-me qual era a minha forma de enfrentar a dor. neste caso foi tentando uma e outra vez. fingindo que ainda dava que a amizade ainda estava viva. engoli a dor a tragos e apareci a jogo em nome de manter a amizade viva. até me cansar e aceitar que morreu. fiz declaração de óbito. revoltei-me. chorei. enraiveci-me. e agora. neste depois onde já houve funeral, resta-me a paz. a paz nos meus dias por não mais ter de lutar por me esforçar por manter viva algo que morreu. 
soubesse eu por em palavras a paz que habita aos meus dias. deixo fluir. quem ficar que fique porque quer e eu quero. sem forçar. não mais. amor e amizade não se força. ou acontece ou não acontece. 
soubesse eu por em palavras a serenidade e a liberdade que sinto. que bom é crescer. 

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Dizei de vossa justiça (: