27 de agosto de 2024

os trinta são a idade em que perdemos a inocência. pelo menos são a idade em que perdi a inocência. os sonhos, as idealizações e as utopias são bonitas mas de repente o mundo é cheio de lugares imperfeitos, inacabados e feridos. de repente todos os sítios têm potencial de te magoar. melhor, todos os sítios e todas as pessoas te magoam tu só escolhes o tipo de dor que suportas melhor. só este ano já desfoquei do sonho de ter uma comunidade à qual chame de minha. foquei-me no lado profissional para entretanto ter tapetes a ser puxados atrás de tapetes. eu sei talvez procurar chocolate suiço na noruega não seja a melhor opção. ou por outras palavras: porque raio procuro o amor ou uma comunidade para a vida nas redes sociais de encontros e espero encontrar. se jogar a lotaria (que não jogo porque prefiro investir dinheiro - sou esse tipo de mulher) tenho mais probabilidade de ganhar que encontrar o amor nas aplicações. então deixei, larguei. 

entretanto, depois de uma desilusão profissional explicada como: "nós adoramos-te só não temos dinheiro para ti" temos uma versão b da mesma cassete. como disse tudo se explica da mesma forma. talvez não seja os empregos ou as aplicações. talvez nem seja eu. talvez seja eu que quero encontrar ouro no lixo e não numa ourivesaria. mas a questão é que as empresas que me poderiam pagar o que mereço não me conhecem, não sabem quem sou. e mesmo que abram vagas são vinte mil cães a um osso. e eu não sou reconhecida nem recomendada por ninguém a essas empresas. não perdi a fé. só percebi que vou ter que aceitar alguma dor. e ceder em algo. e isso deixa-me triste. mas é o que é. 

de qualquer forma o que me deixa feliz é uma coisa: a consciência. eu, a pessoa mais dedicada e que visto a camisola dos sítios hoje pela primeira vez vesti a minha primeiro. foda-se. de que vale vestir a deles se na hora de me atribuir um preço fazem por baixo. 

empresas ou empresários que me lêem senão lerem, serve para a paula do futuro. as pessoas gostam de subir sim. mas também gostam de ser reconhecidas pelas suas competências e não podemos querer um macaco que saiba todos os truques pelo preço de um macaco que está a aprender. é injusto. e o macaco que sabe os truques sabe que é injusto. então quando sente que não investem nele, desinveste também na empresa. 

sem desistir. mudamos o foco. ajustamos as velas ao vento e seguimos. os inícios são só os inícios e inícios ensinam-nos que às vezes precisamos de fazer e aceitar coisas que não queremos para chegar às que queremos. 

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Dizei de vossa justiça (: