é extraordinário como a forma como pensamos nas coisas se tornam real. temos poder de realizar aquilo em que acreditamos. eu acreditei tanto que os homens fossem os maus da fita, os monstros, os adamastores que na minha vida só apareciam pessoas que encaixavam com esse perfil. com o percurso de perdão ao meu pai em específico, a todos os homens e a todas as pessoas com energia masculina percebi que sou muito mais feminina do que aquilo que pensei. e que ser mulher, ser lua é muito diferente e mais poderoso do que pensei ao início. perdoar o meu pai fez com que ele se tornasse melhor pessoa. sorri mais. é totalmente diferente. ainda é humano e imperfeito. mas é o meu pai e consigo perceber as suas escolhas e ver a sua essência e orgulhar-me de ser parecida. da mesma forma estou no caminho de ver os homens como iguais, humanos. o amor deixou de ser para mim um campo de guerra, um lugar onde todos erram, onde há violência e dor. o amor agora também é casa, também é abraços, colo. acolhe inseguranças, ultrapassa vulnerabilidades, supera medos e adamastores. às vezes a reação ainda é fugir. é tão fácil culpar os outros. é tão fácil encontrar os defeitos. é tão fácil fugir. ficar. conjugar o verbo ficar quando o conforto é fugir é onde reside à vulnerabilidade. mas sigo firme e forte. exponho vulnerabilidades. colecciono fracassos. mas vou tentando ser feliz. vou acreditando que por acaso ou poesia um dia vamos ser ainda mais felizes.